terça-feira, 4 de agosto de 2009

Cem Anos de Solidão, Gabriel García Márquez



Acabei de ler hoje a monumental obra latino-americana Cem Anos de Solidão. Na minha edição, são 394 páginas de puro realismo fantástico, encadernada com capa azul e com letras douradas (bem do jeito que eu gosto *.*). Havia lido à um
ano(ou dois, não sei ao certo) nas minhas hectics vacations Memórias de Minhas Putas Tristes, do mesmo autor e apaixonei-me. A forma como García conduz à narrativa à um fim já esperado e, ainda sim, consegue transpor a alma do personagem de forma inesperada, é maravilhosa. E sempre que comentava com alguém desse livro, logo me recomendavam a dita cuja obra. Li, gostei e r-e-c-o-m-e-n-d-o!
Como já dito, a obra é do realismo fantástico, escola literária surgida no século XX e bem desenvolvida nas décadas de 60 e 70. Tem como objetivo principal mostrar que o irreal e o estranho podem ser comuns, cotidianos. E García Márquez, como uma das suas maiores expressões, soube fazê-lo muito bem . A passagem da obra em que Remedios, uma das descendentes dos Buendías, ascende aos céus de corpo e alma é a que mais me tocou e a que ficou, para mim, como melhor ilustração dessa escola literária.
O desafio de lê-la é não cair na tentação de pegar um bloquinho de notas e sair construindo a árvore genealógica da família Buendía-Iguarãn. Os progenitores dessa família são José Arcadio Buendía, homem forte, determinado e empreendedor e Úrsula Iguarãn, mulher de uma fortaleza e inciativa(como o próprio García traz) insuperáveis. O enredo gira em torno dos descendentes de ambos e, o objetivo é mostrar que o tempo, as gerações e sucessões podem passar,mas a história dos Buendías apenas se repete em diferentes personagens. Os descendentes tem traços de personalidade comuns que propagam de geração em geração e o destino deles é cíclico. Pareceu-me assustador ter a consciência de que seu destino já estava predestinado e que nada que você fizesse poderia mudá-lo. O fato do tempo ser cíclico e do destino já estar escrito é algo sufocante para qualquer ser humano contemporâneo, que vê diariamente, invenções tecnológicas, avanços da medicina que tendem a tornar a raça humana à toda e qualquer coisa. É aceitar que todas coisas, fatos, ocorridos já tem sua essência definida...ou seja, é concordar com Parmênides e seu imutável, indestrutível e esférico Ser. Concordar que existe uma essência única das coisas, dos fatos, dos acontecimentos. Não, eu discordo do nosso filósofo jônico tanto quanto não aceito a existência de destinos traçados. Para mim, minha história sou eu quem a construo, a cada dia, com cada ação minha e em cada escolha.
Essa obra pode render vááááááááááários posts, mas eu queria me focar extamente nisso: na minha postura contrária à aceitação de destinos traçados. E isso só me faz ver que TUDO que eu quiser depende só de mim...Então, keep working!Porque um dia eu ainda vou entrar no TJ de Minas como desembargadora!Uhu!
Começei agora O Livreiro de Cabul que também parece ser uma obra de arrasar. Mas, eu sei que voltando pra faculdade, o ritmo de leitura cae...ou até desaparece. Enfim, eu pretendo escrever dele também.

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